Ondjiva – O Projecto Crescer, direccionado ao combate contra à desnutrição, prevê beneficiar 12 mil famílias, com realce para crianças menores de cinco anos e mulheres grávidas, nas províncias da Huíla e do Cunene.
A iniciativa, apresentada hoje, terça-feira, aos estudantes do 3o ano do curso de Enfermagem do Instituto Politécnico de Ondjiva, província do Cunne, é a quarta componente do Projecto de Fortalecimento de Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional (Fresan).
Orçado em sete milhões de euros, num financiamento da União Europeia, vai ser executado em quatro anos nos municípios da Chicomba, Jamba (Huíla), Cahama e Cuvelai (Cunene), com a distribuição de suplementos, vitamina A, desparasitantes e antipalúdicos.
Tem ainda como objectivo partilhar um enfoque prático da importância da pesquisa, como motor de conhecimento na ciência, bem como identificar estudantes para colaborarem na pesquisa clínica/operacional.
Ainda em fase de apresentação, a sua implementação está prevista para final do mês em curso e o município da Cahama será o primeiro a beneficiar.
O trabalho envolve parceiros nacionais e internacionais, como a Universidade Mandume Ya Ndemufayo (UMN), o Fundo de Apoio Social (FAS), FRESAN e Hospital Vall D’hebron, que representa o instituto de investigação em Espanha.
No acto de apresentação do projecto, a decana da Faculdade de Medicina da Universidade Mandume Ya Ndemufayo (UMN), Elena Trigo, destacou o facto do mesmo vir a ter uma intervenção na comunidade, focado na desnutrição em crianças menores de cinco anos.
Explicou que abrange também uma componente financeira denominada transferência de valores monetários para as famílias, para o reforço da capacitação dos beneficiários e permitir a avaliação dos resultados que serão alcançados.
Disse que a pesquisa incidirá sobre grupos representados por bairros e aldeias devidamente seleccionados e cientificamente comprovados.
A decana afirmou que a integração dos estudantes para se ocuparem na formação das famílias nas comunidades é fundamental por fazer parte da missão académica, ensino e extensão universitária.
Elena Trigo frisou que a UMN tem uma visão virada para a formação e capacitação dos estudantes para terem conhecimentos e competências transversais, quando terminarem os seus cursos, melhorando desta forma o desempenho no exercício da função.
Por seu turno, o vice-governador para o sector Político, Social e Económico do Cunene, Apolo Ndinoulenga, disse acreditar que a pesquisa vai gerar demonstrações científicas com desnutrição crónica e avaliar o seu impacto na mortalidade de crianças.
Apolo Ndinoulenga lembrou que 79 por cento da população no Cunene vive no meio rural e é cada vez mais vulnerável à insegurança alimentar e nutricional, fruto das consequências da seca.
Fonte: Agência Angola Press